Quando o assunto é infância, é preciso considerar que práticas de inclusão passam por um entendimento pleno do contexto da criança com deficiência, mas não podem, em hipótese alguma, desconsiderar que a criança jamais deve ser esvaziada de sua principal característica: a ludicidade.

Considerando que ontem, dia 12 de Outubro foi o Dia das Crianças, listaremos algumas dicas simples para incluir as crianças com deficiência visual nas brincadeiras, a fim de propor desenvolvimento pedagógico destes:

1. Reconhecimento do outro: Use toques e voz suaves ao se comunicar com a criança que tem deficiência visual, aproximando sua face do rosto dele para que ela possa percebê-lo e tocá-lo.

2. Conhecendo o próprio corpo: Auxilie a criança a conhecer o próprio corpo com toques enquanto nomeia cada parte tocada.

3. Descobrindo os sons: Incentive que a criança siga em direção ao som de brinquedos ou da sua voz. É interessante ter brinquedos que emitam sons, como chocalhos, bolas e pelúcias com guizos.

4. Investindo na sociabilidade: Brinque com a criança com deficiência visual e incentive que outras pessoas também brinquem e interajam com ela. Assim, ela se tornará mais sociável e receptiva, facilitando os relacionamentos interpessoais.

5. Jogo de orientação: Dê objetos à criança nomeando-os e relacionando às possíveis ações que poderão ser feitas com este item. Exemplo: “A bola. Pegue a bola. Chute a bola. Jogue a bola para cima”.

6. Conhecendo texturas e formatos: Procure usar brinquedos contrastantes, coloridos, luminosos, de diversas texturas e tamanhos.

7. Brincando com as mãos: Vale incentivar brincadeiras infantis com o uso das mãos, como dedo mindinho, seu vizinho; passa anel.

Jogos brincadeiras para fazer com crianças cegas ou de baixa visão

1. Brincadeiras de roda: Cantigas, parlendas, rimas;

2. Meu mestre mandou: Como sugestão, trabalhar o esquema corporal com as crianças, solicitando que coloquem as mãos na cabeça, joelhos, pescoço, cotovelo, barriga, pés, mãos, etc.

3. O que é, o que é?: Brincar de adivinhação utilizando as mãos para descobrir a textura e formato dos objetos. Materiais como embalagens de xampu, escova de dente, talheres (colher e garfo), chaves, caneta/ lápis, frutas, etc.

4. Vai e vem: Brincar alternando a criança de lugar é um estímulo à coordenação visual-motora.

5. Blocos de construção: Brincar com blocos favorecem o desenvolvimento da atenção e concentração, associação de formatos e tamanhos, desenvolvimento de movimentos amplos e finos, coordenação visual e motora e noções de equilíbrio. Esses brinquedos também propiciam à criança a satisfação de inventar, construir, desconstruir e transformar, estimulando a criatividade.

6. Massa de modelar: Estimula o desenvolvimento da coordenação motora fina e a criatividade.

7. Jogo da velha adaptado: Permite interação com quem não tem deficiência visual.

8. Jogo da memória tátil: Utiliza a percepção tátil e a memória para reunir o maior número de peças.

“Toda criança tem o direito de brincar e vivenciar sua infância plena”.

*Dicas dadas pela pedagoga da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Edni Fernandes Silva.