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ALFABETIZAÇÃO, UM DIREITO DE TODOS!

#ParaTodosVerem Aluno cego realizando leitura de texto em Braille, guiado pela professora que está ao seu lado esquerdo. Sobre a imagem, uma tarja vermelha com os dizeres: “Dia Mundial da Alfabetização – 8 de Setembro”.

Ontem, dia 08 de Setembro de 2021 comemorou-se o Dia Mundial da Alfabetização, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1967.

A instituição desta data teve por objetivo a discussão mundial sobre assuntos e questões ligados à alfabetização, afim de promover amplo debate sobre a importância da alfabetização, principalmente em países que ainda possuem índice de analfabetismo considerável.

A alfabetização de crianças e adultos podem mudar significamente os rumos de um país, uma vez que, quanto maior o acesso do indivíduo a tudo que a leitura oferece, seja por via cultural, seja de lazer ou até mesmo pela própria educação, maiores são as chances de conquistar melhores oportunidades no mercado de trabalho e, consequentemente, melhores ganhos salariais, o que proporcionará melhor qualidade de vida e acesso a novos caminhos.

ALFABETIZAÇÃO DE EDUCANDOS CEGOS

Quando se fala em alfabetização de crianças cegas, pensa-se que o processo seja diferenciado, mas não! O processo é o mesmo como para crianças videntes. Sua principal diferença está na forma de percepção que possuem em relação às letras e números. A criança vidente pode ter contato com o mundo das letras através de fatores visuais enquanto que o aluno cego percebe as letras através do tato através do sistema Braille. Os objetivos são os mesmos, no entanto, os caminhos utilizados são diferentes.

Segundo Garcia et al (2001), a criança vidente incorpora hábitos de leitura e escrita desde muito cedo. No entanto a criança cega tem um atraso ao entrar no universo do ler e escrever, uma vez que o Sistema Braille não faz parte do seu cotidiano como um objeto estabelecido socialmente, tendo contato somente a partir do período escolar.

“[…] deve ficar claro, no caso a educação de crianças cegas, independentemente da concepção pedagógica ou linha metodológica adotada pela escola, não se pode negligenciar o desenvolvimento integral, a utilização de técnicas específicas fundamentais ao êxito e eficácia do processo de aprendizagem da leitura-escrita pelo sistema Braille”.

Garcia et al (2001)

É preciso proporcionar ao aluno cego oportunidades de se tornar participativo e autônomo. A partir do momento que ele se vê capaz de interagir, ajudar os outros ou entender que tem possibilidades, acreditará em si.

A TECNOLOGIA COMO ALIADA

Novas formas de acesso à informação foram criadas para auxiliar pessoas cegas. Além do Braille, existem os ledores, áudio livros e formatos digitais, que mostram as letras ampliadas (para quem tem visão subnormal) com auxílio de áudio para garantir o ensino da leitura e da escrita, entre outros.

Entretanto, por mais que haja um grande avanço tecnológico, não se pode excluir o sistema Braille como recurso de leitura e escrita por parte do DV (deficiente visual), sendo a melhor forma, pois lhes dão suporte a enxergar com as mãos as palavras e vinculá-las ao som.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) possuem grande importância na inclusão e formação do deficiente, proporcionando a inclusão digital e social, autonomia e independência com qualidade de vida através destas tecnologias.

Podemos exemplificar um equipamento novo a ser utilizado na alfabetização de alunos cegos: Taptilo ou Brinca Braille, uma novidade que a Tecassistiva trouxe esse ano.

O Brinca Braille é uma linha Braille destinada ao seu aprendizado de forma divertida, interativa e fácil através de blocos com pontos Braille e encaixe magnético, possuindo retorno em áudio e atividades autoguiadas.

O ponto Braille de tamanho jumbo é adequado para crianças em fase de aprendizado, ajudando a fortalecer e adequar o movimento dos dedos. Os alunos podem acompanhar facilmente as atividades com áudio dinâmico e orientação tátil.

Destacamos algumas características funcionais:

*As células Braille são destacáveis, possuem encaixe magnético e podem ser manuseadas individualmente;

*Áudio interativo e orientação tátil e simples para fácil aprendizado de uso;

*Modo de autoaprendizado, onde os alunos de todas as idades podem desfrutar da independência de aprender Braille sem ter que pedir ajuda;

*Modo de Ensino funciona através do aplicativo para fácil visibilidade e interação do professor;

*Os dois modos possuem as atividades: Ler, Ler & Escrever, Ditado.

ALFABETIZAR É PRECISO!

Não alfabetizar é dificultar o acesso à saúde, à informação, ao mercado de trabalho, às condições mais dignas de vida. Não promover a educação básica é transformar o ser humano em apenas mais um número em milhões, tirando do indivíduo a chance de expressar sua opinião, de exercer sua cidadania plenamente, além de torná-la vulnerável à manipulação.

Que ao fim seja alcançado o que é previsto no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos têm direito à educação”.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Portal Brasil. Cidadania e Justiça. Brasil aumenta inclusão de cegos na sociedade. 2015. Disponível em: https://memoria.ebc.com.br/noticias/brasil/2015/01/braille-aumentou-a-inclusao-de-cegos-na-sociedade. Acessado em 08 Set. 2021

GARCIA, Marilda; MORAES, Bruno; MOTA, Maria da Glória Batista da. Programa de capacitação de recursos humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual. 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/def_visual_1.pdf. Acessado em 08 Set. 2021.

GEHM, Raquel Luiza; SILVA, Mara Cristina Fortuna da. Alfabetização de Alunos Cegos: Um estudo sobre pesquisas relacionadas ao processo de desbrailização. 2017. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25869_12444.pdf . Acessado em 08 Set. 2021.

OLIVEIRA, Jackson Moreira; SANTOS, Ademar Alves dos; DIAS, Kariny Feitosa Dias. As TICS para a inclusão de deficientes visuais em ambiente escolar. 2017. Disponível em: https://cpee.unifesspa.edu.br/images/anais_ivcpee/Comunicacao_2017/AS-TICs-PARA-A-INCLUSO-DE-DEFICIENTES-VISUAIS-EM-AMBIENTE-ESCOLAR.pdf. Acessado em 08 Set. 2021

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